28/02/2015

Jardim das Amoreiras

Participei hoje na oficina da Casa Museu Vieira da Silva, orientada pelo Eduardo Salavisa. Uma espécie de preparação pessoal para a minha própria oficina, a ter lugar a 11 de Abril, com o tema "Quantas coisas cabem no meu caderno?". Este desenho foi feito no jardim das Amoreiras, a espreitar por entre as árvores.
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I attend today to the Eduardo Salavisa workshop, at Casa Museu Vieira da Silva. A kind of personal preparatory exercice for my own workshop, next April 11th, the theme is "How many things can fit in my sketchbook?". This drawings was made at Amoreiras garden, overlooking between the trees.
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23/02/2015

Convidados de palmo e meio

O meu filho Vasco fez 6 anos este Sábado. No Domingo fez uma festinha no museu do teatro - construíram um fantoche a partir de uma colher de pau, deram-lhe um nome, idade e profissão, e fizeram depois um teatrinho de fantoches. Enquanto colavam fios de lã a fazer de cabelos na colher de pau, fazendo a cabeça, entreti-me a desenhar cada um dos convidados, que me apeteceu roubar a ideia da Manuela Rolão. Eram tantos garotos e meio parecidos, que desenhei uma menina duas vezes, e só me dei conta quando lhes andava a pedir o autógrafo... reflexos de quem vai fazer 40 anos daqui a uns meses.

My son Vasco did six years last Saturday. On Sunday we made a little party in the Theatre Museum - they built a puppet from a wooden spoon, they gave it a name, age and a job, and then they did a little theater with their puppets. While glued wool yarn to make hair in the wooden spoon, making the head, I amused myself drawing each of the little guests, I steal the idea from Manuela Rolão. There were so many kids and so similar, that I drew a girl twice, and I realise  when I was asking them for the autograph ... reflections of someone almost in the age of fourties in a few months.



19/02/2015

FAMILY TIME # 39

Diferentes vícios, para cada uma das gerações. Ai-pádes para os mais pequenos, séries da FOX e um caderno A5 para os do meio, e malha arranjada por umas agulhas pela minha tia Bineca.

Different objections to each generation. I-pad for the little ones, the FOX channel series and an A5 sketchbook to the middle age ones, and mesh done by needles from my aunt Bineca.


17/02/2015

Esmola

Alcobaça - Domingo gordo, quatro da tarde. 
Lá fora uma tenda gigante, de portas abertas e em preparativos para receber os foliões para mais uma noite longa, alguns ainda deambulavam pelas ruas sem sequer terem ido à cama.
Dentro do mosteiro mandava o silêncio típico destes lugares, pouca gente e o friozinho do costume. Sentei-me no chão de pedra gélida, decidido a desafiar novamente aquela arquitectura. Já tinha desenhado uma colunas, a rosácea e a porta monumental da entrada, quando sou abordado por uma senhora simpática, parecia beata:

- " O senhor está a pedir esmola?"
- " Não, estou a fazer um desenho."
- " Mas depois de acabar o desenho vai pedir uma esmola?"
- " Não... (enquanto fazia um esforço para não me rir)"
- " Mas tome lá esta moeda, que eu faço questão de lha dar!"
- " Ó minha senhora, obrigado, mas eu não posso aceitar uma esmola, estou só a fazer um desenho..."
- " Aceite, não lhe admito que não aceite! Se não a quiser deixe na caixinha de esmolas para as obras de Nossa Senhora - e boa tarde para o senhor."

Pousei a moeda no chão, ao lado dos lápis de cor. Acabei o desenho e pintei-o de forma bruta, até lhe dei um azul solarengo apesar da chuva miudinha lá fora. Levantei-me com um gemido de frio e dormência, e caminhei até ao altar, onde depositei a moeda numa caixinha de madeira junto à imagem de Nossa Senhora. 

Alcobaça - Carnival Sunday, four ó-clock.
Outside a giant tent, with open doors for masked people to another long night, some of them walking around the streets without ever having gone to bed.
Inside the monastery the typical silence of these places, few people and the usual chill. I sat on the floor of cold stone, decided to challenge again that architecture. I had drawn a column, the rosacea and the monumental doorway, when I was approached by a nice mid-age lady:

- "You're begging?"
- "No, I'm doing a drawing."
- "But after finishing the drawing will you ask for a coin?"
- "No ... (while making an effort not to laugh)"
- "Take this this money, I make a point of it to give you this coin!"
- "O my lady, thank you, but I can not accept that coin, I'm just drawing the monastery ..."
- "Please accept, I do not admit other thing. If you do not want it, leave it on the box of alms to the works of Our Lady - have a nice day sir."

I put the coin on the floor, next to the crayons. I finished the drawing and I painted it ruffly, even gave it a sunny blue color despite the rain outside. I got up with a groan of cold and numbness, and walked to the altar, where I deposited the money in a wooden box next to the image of Our Lady.


15/02/2015

Mascarados

Um Gladiador Romano com um pé torcido, a precisar de colo para de deslocar, e um Homem Aranha com dor de barriga, apressado para fugir do desenho e correr até à casa de banho. 
Dos fortes reza a história, mesmo nos momentos das suas fraquezas...

A Roman Gladiator with an injured foot, who needs help just to move, and a Spider-Man with a belly pain, on a hurry to escape from the drawing and run to the bathroom.
The history is made by the braves, even in the moments of their weaknesses ...


07/02/2015

As ferramentas do meu avô

O meu avô Lourenço era carpinteiro de profissão. 
As melhores recordações da minha infância tiveram origem nas suas mãos, velhinhas e calejadas de uma vida dura de trabalho. Fazia-me carrinhos de madeira, daqueles que desciam as ladeiras, com umas rodas que viravam quando puxadas por umas cordas, e tantas vezes ia parar nas valetas. Fazia aviõezinhos, curre-curres, guitarras, e um dia até acho que nos construiu uma casa na árvore. 
Naquela altura não prestava atenção às ferramentas, guardadas naquele barracão que era a sua oficina, só me interessava o que saía dali, já construído, para eu brincar. Uns anos mais tarde, muitos anos mais tarde, e quando ele já não existia, lembrei-me de procurar recordações do meu avô. Encontrei estas ferramentas, velhinhas e empoeiradas, foram-me oferecidas pela minha avó - quase a fazer cem anos e por pouco não chegou lá. Umas destas ferramentas foi mesmo feita por ele, a plaina, o metro lembro-me de o guardar no bolso das calças, onde também tinha um canivete. Mas o meu favorito é este berbequim dos tempos antigos, um arco de pua, e que tem mais de 50 anos.

My grandfather Lourenço was a carpenter.
The best memories of my childhood were originated in his hands, old and calloused by a hard working life. He made me wooden cars, those coming down the slopes, with some wheels that turn when pulled by a string, and often would stop in the trenches. Made me airplanes, "curre-curres", guitars, and one day I think he built us a tree house.
At that time I did not pay attention to the tools, stored in that shed that was his workshop, I was only cared aboutthe toys that went out there, already built, for me to play. A few years later, many years later, and when he was gone, I remembered to look for memories of my grandfather. I found these tools, old and dusty, were offered by my grandmother - almost 100 years old at that time, and she almost got there. Some of these tools were even made by him, as the plane, the metro I remember that he has it in his pants pocket, where he also had a small knife. But my favorite is this drill of ancient times, a bow drill, and has more than 50 years.



03/02/2015

Desenhos CRUS

Desenhos feitos na última sessão do Desenho CRU.
Drawings from the last Desenho CRU session.